Tem dias que sentimos uma tristeza, desânimo, vazio, dificuldade de concentração, sem motivo aparente.
Ou, quando perdemos alguém, uma separação, um emprego, aposentadoria, associação a drogas, esse sentimento também poderá ocorrer.
Aos poucos este sentimento começa a ficar mais constante ampliando para não querer sair de casa, não querer estar com os colegas, angústia, alterações de peso e sono…..O que fazer?
A palavra “depressão” tem origem latina Depressio, de deprimere.
“A depressão é uma condição relativamente comum, de curso crônico e recorrente. Está freqüentemente associada com incapacitação funcional e comprometimento da saúde física. Os pacientes deprimidos apresentam limitação da sua atividade e bemestar, além de uma maior utilização de serviços de saúde. No entanto, a depressão segue sendo subdiagnosticada e subtratada. Entre 30 e 60% dos casos de depressão não são detectados pelo médico clínico em cuidados primários. Muitas vezes, os pacientes deprimidos também não recebem tratamentos suficientemente adequados e específicos. A morbi-mortalidade associada à depressão pode ser, em boa parte, prevenida (em torno de 70%) com o tratamento correto.¹
Estudos de prevalência em diferentes países ocidentais mostram que a depressão é um transtorno frequente. A prevalência anual na população em geral varia de 3 a 11% ².”
Importante entender a diferença entre depressão e a distimia. A “Distimia é um transtorno depressivo crônico com menor intensidade de sintomas, presente por pelo menos dois anos com períodos ocasionais e curtos de bem-estar. Além do humor depressivo, devem estar presentes até três dos seguintes sintomas: redução de energia insônia, diminuição da autoconfiança, dificuldade de concentração, choro, diminuição do interesse sexual e em outras atividades prazerosas, sentimento de desesperança e desamparo, inabilidade de lidar com responsabilidades do dia-a-dia, pessimismo em relação ao futuro, retraimento social e diminuição do discurso”.
A depressão pode surgir devido a não sabermos lidar com a perda, a frustração, expectativas em geral, mudanças significativas e decepções.
Portanto, tratar a Depressão é fundamental e a Psicoterapia é uma técnica muito eficaz, que associada ao tratamento medicamentoso, levará a identificar e a lidar com as causas assim como a aprender a conviver com a Depressão e a reduzir agravos.
Os antidepressivos são efetivos no tratamento das depressões leve, moderada e grave. A resposta ao tratamento com antidepressivo é observada entre duas e quatro semanas após o início do uso e deverão ser usados por no mínimo 6 meses, conforme indicação médica. A suspensão repentina da medicação antidepressiva está associada ao aparecimento de sintomas de descontinuação e não é indicada. Efeitos colaterais, tempo de uso e interrupção da medicação sempre deverão ser avaliados pelo médico.
Pensando em depressão podemos classificar em leve, moderada e grave. Ainda, encontramos a depressão sazonal que são os episódios de tristeza relacionados ao inverno, nas festas de final do ano e no dia dos namorados. Outros momentos poderão desencadear sintomas depressivos tais como exemplo a tensão pré-menstrual, o pós parto e nas alterações hormonais.
O tratamento, o acompanhamento e a avaliação contínua com o psiquiatra e o psicólogo, assim como a manutenção de medicação são essenciais em todos os níveis de depressão. Não existe um tempo pré-definido para tratar a depressão, variando muito de acordo com cada pessoa. Na maioria dos casos, o tratamento deve ocorrer em médio a longo prazo. O importante é a adesão a estes.
Por fim, deve-se estar atento às recaídas. A Psicoterapia sempre será uma técnica importante e, mesmo após a alta, poderá ser consultada sempre que surgir alguma necessidade.
Como é a sua experiência com a Depressão?
¹, ² http://www.scielo.br/pdf/rbp/v31s1/a03v31s1.pdf